liberdade_baloes“Se estamos seguindo na direção certa, tudo o que temos a fazer é continuar caminhando.” ~ Provérbio

Tenho notado que as coisas ocorrem mais suavemente quando abrimos mão do controle, quando nos  permitimos que elas aconteçam ao invés de fazê-las acontecer.

Embora eu esteja muito melhor do que eu costumava ser, eu sou um pouco maníaca por controle. Costumo usar perfeitamente minha energia tentando planejar, prever e evitar as coisas que eu não posso, possivelmente, planejar, prever ou evitar. E isso acaba interferindo nos meus relacionamentos, na minha vida, no meu dia-a-dia.

E recentemente precisei receber uma “bufetada na cara” da vida, para perceber que mais uma vez eu estava querendo controlar uma situação que eu não tinha como controlar. E quando você cria muita expectativa em cima de coisas que você não pode prever você acaba se decepcionando profundamente e deixando a tristeza e a raiva tomar conta da situação.

Estava decepcionada pelo fato que um amigo não tomou uma atitude que eu queria e minha conselhera disse que eu deveria ser menos controladora, mais paciente e otimista que as coisas iam acontecer no seu devido momento. Suas palavras me fizeram perceber que minhas atitudes não estavam ajudando em nada a situação, fui refletir sobre minha atitude e cheguei a conclusão:

1. Tentamos controlar as coisas por que achamos que não vai acontecer se não o fizermos.

Em outras palavras, o controle está enraizado no medo. Queremos manipular por medo de que as coisas fujam do nosso controle e nos causem sofrimento. O que não percebemos é que esse desejo nos aflige tanto ou mais do que o sofrimento que teríamos se deixássemos as coisas tomarem seu próprio rumo.

2. O controle também é resultado de estar ligado a um determinado resultado, um resultado que temos a certeza que é melhor para nós, como se a gente sempre soubesse o que é melhor.

Quando confiamos que estamos bem, não importa que circunstâncias surjam em nosso caminho, não precisamos de  micro-gerenciar o universo. Devemos deixamos acontecer. E nós nos abrimos para todos os tipos de possibilidades maravilhosas que não estão lá quando estamos ligados em um caminho “certo”.

3. A energia de entrega nos realiza muito mais a gente do que a energia do controle.

O preço do controle é a eterna vigilância. É o peso, é o medo, é a ansiedade.

Rendição significa literalmente parar de lutar. Pare de lutar contra você mesmo. Pare de lutar contra o universo e o fluxo natural das coisas.

É quase como uma fórmula de matemática

Rendição = aceitação completa do que é + Fé que tudo ficará bem, mesmo sem a minha intermediação direta.

Quando deixamos de controlar e nos rendemos, não só nos sentimos melhores, mas também produzimos melhores resultados.

Mas como fazer isso?

Às vezes é fácil perceber que estamos ligadas no botão do controle e devemos escolher deliberadamente desligar esse botão, mudando pra a energia de rendição.

Por exemplo, quando eu percebo que estou no modo de controle, eu imagino que estou numa pequena canoa remando rio acima, contra a corrente. É difícil. É uma luta. Isso é como o modo de controle parece pra mim.

Quando eu opto por deixar ir e me render, eu visualizo o barco virar, solto os remos e, deixo a correnteza me levar. Sou puxada suavemente, sem esforço necessário da minha parte. Basta respirar e dizer: “Deixe de lado os remos”, geralmente é suficiente para me fazer chegar lá.

Eu sei que às vezes é um pouco mais difícil de fazer a mudança de controlar para se render. Então aqui estão algumas perguntas que podem ajudar:

1. O que eu tenho medo que acontecerá se eu deixar de controlar?

Quando você identificar o medo, questione a sua validade. Pergunte a si mesmo, é verdade?

Se você tem medo que a noite será arruinada se o seu namorado não se lembra de comprar berinjela (que você já lembrou a ele 14 vezes). Você pode se perguntar:

“Sua noite será realmente arruinada sem a beringela?” E se o jantar estiver arruinado (por sua definição, pelo menos), “o que é de tão ruim nisso?” Sempre podem pedir pizza.

2. É seu negócio ou o negócio de alguém?

É mais fácil ser controlador e planejar quando estamos lidando com o nosso negócio. Por exemplo, uma decisão relacionada ao trabalho, ou definir como será o evento que estamos organizando.  Mas quando é o negócio é de outra pessoa? Você realmente tem o poder de controlar? Por exemplo, “quando seu namorado vai finalmente pedir a sua mão em casamento? Ou quando a sua amiga vai realmente deixar aquele cara mala? “

Quando estamos tentando controlar as coisas fora do nosso próprio negócio, geralmente elas não vão correr bem e você vai só vai criar mal estar e problemas pras outras pessoas nas suas relações.

3. Considere o seguinte: Será que deixar acontecer é como se sentir com liberdade?

Quase sempre é. Deixe que o sentimento de liberdade lhe guie para afrouxar o seu aperto.

Einstein disse: “A decisão mais importante que fazemos é acreditar que vivemos em um universo amigável ou hostil”.

Eu acredito em um universo amigável.

Ser receptivo e permitir que as coisas aconteçam naturalmente é uma habilidade que pode ser praticada e melhorada todos os dias. Ela ajuda a acreditar em um universo que está apoiando você em cada momento, para que você não precisa se preocupar com os detalhes.

Lembre-se nós podemos sempre optar por fazer as coisas da maneira mais fácil ou do jeito mais difícil.

Há uma solução pacífica de energia para tudo, ainda que ela seja acompanha da intenção do que eu quero, mas não forçando a fazê-lo. Essa energia se chama mágica.

Eu ainda sou um trabalho em progresso, mas eu estou permitindo que isso se torne um hábito na minha vida.

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