Guest post escrito por Tatiana Barros

Borboleta na mão 600X600

“O segredo é não correr atrás das borboletas… é cuidar do jardim para que elas venham até você”. – Mario Quintana

Foi cuidando do meu jardim que descobri o blog da Manu e foi dentro dele que eu encontrei um pouco da minha historia e isso me fez bem. Hoje eu divido um pouco da minha vida com vocês na esperança de ajudar pessoas que atravessam essa estrada.

Eu fui casada durante 12 anos e eu me separei em 2012.

Nós nos conhecemos jovens, tínhamos sonhos e planos, casamos e viemos morar na França. No começo a adaptação foi difícil mas com o tempo a vida tomou seu rumo. Conseguimos construir uma vida confortável, do ponto de vista material. Tínhamos um bom emprego, ganhávamos bem e a vida era uma festa, pelo menos para ele, para mim ela era solidão.

Éramos um casal que conversava sobre todos os assuntos, menos a nosso respeito. Eu me lembro que no nosso aniversario de 10 anos de casamento eu pensei : eu não faço a menor ideia do que ele quer dessa relação. Logico que isso me deixava triste, durante anos eu questionei a falta de planos sem ouvir uma reposta, e também por isso não tivemos filhos.

Quando eu pedi o divorcio ele mudou, tentou melhorar a relação, mas para mim o amor havia acabado e quando isso acontece devemos partir.

Posso dizer que foi a coisa mais dolorosa que já fiz nos meus 38 anos de vida. Eu deixei tudo para trás: emprego, casa, marido e todos os pertences. Eu só trouxe roupas e livros comigo. Eu voltei a estudar para melhorar meu diploma e conseguir um novo emprego, numa nova cidade. Hoje eu vivo com uma bolsa de estudos e posso afirmar que o dinheiro é contadinho.

Não vou dizer que foi fácil pois não foi. Eu chorei todos os dias do primeiro ano de separação e no segundo ano, eu só estudei e dormi, tudo isso para não pensar na minha tristeza. Eu ainda choro às vezes, mas eu sei que tomei a boa decisão.

Eu também tenho consciência dos meus erros, eu sei que eles também contribuíram para o término do meu casamento. O erro não foi só dele pelo seu silencio, a minha atitude face ao silencio dele também foi errada.

Eu penso sempre no meu casamento, tentando buscar as minhas falhas, às vezes eu consigo me conscientizar de algumas, mas esse exercício é muito difícil. Porém de tudo isso eu tirei os seguintes ensinamentos :

Se posicionar e dar limite as pessoas:

Eu tenho um defeito péssimo, eu não limito a ação das pessoas que impactam a minha vida de maneira ruim. Isso me prejudica muito. Buscando não magoar ninguém eu acabo por me magoar. Daqui para frente eu pretendo ser sincera, sem ferir ninguém, e sinalizar quando um comportamento não me convém e me afastar, se for o caso.

Não ter medo:

Eu fui criada para ter medo. Meu pai era autoritário conosco, nada violento, mas sempre temi as suas reações. Minha mãe criou o mito do medo em relação às reações do meu pai, então imaginem, eu tinha medo de tudo! Meu ex-marido também cultivava o medo. Eu descobri que o medo é o nosso pior inimigo, podemos fazer o que queremos, basta organização e determinação.

Acreditar, pois a felicidade existe:

As vezes escuto pessoas dizendo que isso é tolice, que a felicidade não existe. Eu tenho certeza que ela existe e que ela mora dentro de nós. Precisamos somente acordá-la e isso começa quando escutamos aquela vozinha que conversa com a gente, sabe?

Eu não sei o que vai acontecer daqui para frente, estou reconstruindo tudo, até os amigos, pois perdi todos nessa caminhada. Hoje eu tenho preocupações que não tinha quando era casada, mas o que eu ganhei sendo sincera comigo vale muito mais do que essas preocupações. Hoje a minha felicidade depende de mim e das minhas escolhas e poder fazê-las sem culpa é pura magia!

divisorEsse post é uma contribuição e faz parte da nova TAG Corrente do Bem. Se você também quiser participar e dividir sua história entre em contato.

Postado por